terça-feira, 1 de abril de 2008

Quanto Custa um Pôr de Sol????


Conheça a Carta da Terra: http://www.cartadaterra.org/
Aqui vai o artigo para a semana.
Um abraço Lboff Leonardo Boff - Teólogo

Quanto custa um pôr de sol? Um grande empresário americano, estando em Roma, quis mostrar ao filho a beleza de um pôr de sol nas colinas de Castelgandolfo. Antes de se postarem num bom ângulo, o filho perguntou ao pai:”pai, onde se paga”? Esta pergunta revela a estrutura da sociedade dominante, assentada sobre a economia e o mercado. Nela para tudo se paga - também um pôr de sol - tudo se vende e tudo se compra. Ela operou, segundo notou ainda em 1944 o economista norte-americano Polanyi, a grande transformação ao conferir valor econômico a tudo.

As relações humanas se transformaram em transações comerciais e tudo, tudo mesmo, do sexo à Santísssima Trindade, vira mercadoria e chance de lucro.Se quisermos qualifica-la, diríamos que esta é uma sociedade produtivista, consumista e materialista. É produtivista porque explora todos os recursos e serviços naturais visando o lucro e não a preservação da natureza. É consumista porque se não houver consumo cada vez maior não há também produção nem lucro. É materialista pois sua centralidade é produzir e consumir coisas materiais e não espirituais como a cooperação e o cuidado. Está mais interessada no crescimento quantitativo – como ganhar mais – do que no desenvolvimento qualitativo – como viver melhor com menos – em harmonia com a natureza, com equidade social e sustentabilidade sócio-ecológica.

Cabe insistir no óbvio: não há dinheiro que pague um pór do sol. Não se compra na bolsa a lua cheia “que sabe de mi largo caminar”. A felicidade, a amizade, a lealdade e o amor não estão à venda nos shoppings. Quem pode viver sem esses intangíveis? Aqui não funciona a lógica do interesse, mas da gratuidade, não a utilidade prática mas o valor intrínseco da natureza, da ridente paisagem, do carinho entre dois enamorados. Nisso reside a felicidade humana.O insuspeito Daniel Soros, o grande especulador das bolsas mundiais, confessa em seu livro A crise do capitalismo (1999):”uma sociedade baseada em transações solapa os valores sociais; estes expressam um interesse pelos outros; pressupõem que o indivíduo pertence a uma comunidade, seja uma família, uma tribo, uma nação ou a humanidade, cujos interesses têm preferência em relação aos interesses individuais. Mas uma economia de mercado é tudo menos uma comunidade.

Todos devem cuidar dos seus próprios interesses...e maximizar seus lucros, com exclusão de qualquer outra consideração”(p. 120 e 87). Uma sociedade que decide organizar-se sem uma ética mínima, altruísta e respeitosa da natureza, está traçando o caminho de sua própria auto-destruição.Então, não causa admiração o fato de termos chegado aonde chegamos, ao aquecimento global e à aterradora devastação da natureza, com ameaças de extinção de vastas porções da biosfera e, no termo, até da espécie humana.Suspeito que ao não quebrarmos o paradigma produtivista/consumista/materialista em direção do cultivo do capital espiritual e da sustentação de toda a vida, com um sentido de mútua pertença entre terra e humanidade, podemos encontrar pela frente a escuridão.

Devemos tentar ser, pelo menos um pouco, como a rosa, cantada pelo místico poeta Angelus Silesius (+1677) : “a rosa é sem porquê: floresce por florescer, não cuida de si mesma nem pede para ser olhada”(aforismo 289). Essa gratuidade é uma das pilastras do novo pardigma salvador.

Fonte: retirado da lista de discussão da REBEA - Rede Brasileira de Educação Ambiental, enviado por Valéria Vianna Labrea.


Disponibilizado documentos para inicio do processo da III CNIJMA

Alguns membros dos CJs, receberam um link, para estarem lendo os documentos no qual dará inicio ao processo da III Conferência Nacional Infanto Juvenil de Meio Ambiente.

No link esta disponível:
1- Passo a Passo;

2- Publicação: Mudanças Ambientais globais - cinco cadernos;

3- Apresentação em ppt da III CNIJMA.

http://www.4shared.com/dir/2761027/d296ef6/sharing.html

Os conteúdos desses documentos não sofrerão modificações, somente a diagramação dos mesmos.

Fonte: e-mail enviado pela organizacao da III CNIJMA, aos CJs